Personalidades negras da área da Tecnologia para você conhecer

O Dia de Dandara e Zumbi, também conhecido como Dia da Consciência Negra, acontece no próximo dia 20 de novembro, segunda-feira. A data é uma referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que ficava entre Alagoas e Pernambuco e era o refúgio de pessoas escravizadas que fugiam das colônias para conseguir sobreviver. 

 

Como forma de celebrar a vida e o legado dessas personalidades tão importantes para a resistência negra frente a um sistema escravista, assim como mantê-los vivos na memória, puxamos a data para a nossa realidade. A seguir, apresentamos algumas personalidades negras importantes da área da Tecnologia para você conhecer. 

Marian Croak

As chamadas de vídeo e de áudio pela internet como conhecemos hoje, que inclusive são facilitadoras e tornam possível o trabalho remoto, só existem por conta da genialidade de Marian Croak, estadunidense que hoje é vice-presidente de engenharia do Google. Afinal, foi ela que desenvolveu a tecnologia que torna possível essa comunicação. 

Antes de trabalhar para o Google, Marian esteve na AT&T Bell Labs, empresa de pesquisa e desenvolvimento científico subsidiária da Nokia, onde foi uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento do 4G e do 5G. Indo além, ela patenteou a tecnologia que permite fazer doações por mensagens de texto para organizações. 

Ao todo, a engenheira possui cerca de 200 patentes e acumula diversos prêmios. Sendo assim, serve de inspiração para diversas gerações, além de ter criado diversas soluções e tecnologias tão comuns para o dia a dia atual, como podemos entender. 

Enedina Alves Marques

Você sabe quem foi a primeira engenheira negra do Brasil? O nome dela é Enedina Alves Marques (1913-1981), que se formou em Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná em 1945. Ela também foi a primeira mulher a se formar em Engenharia no Paraná. Como engenheira, uma das maiores realizações de Enedina foi participar da construção da Usina Parigot de Souza (Capivari-Cachoeira), em Maringá (PR), a maior hidrelétrica subterrânea do sul do país.

Antes de trabalhar como engenheira, Enedina foi professora. Nascida em Curitiba, hoje ela é homenageada por uma rua chamada Engenheira Enedina Alves Marques, no bairro do Cajuru. Também possui um centro educacional em São Paulo, no Barro Branco, com seu nome; ele também está escrito no Monumento à Mulher, junto de outras brasileiras.  Em Maringá (PR), há ainda o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques. Em 13 de janeiro de 2023, quando completaria 110 anos, Enedina também foi homenageada pelo Google, que usou uma ilustração para retratar a data de aniversário dela. 

Mark Dean

Existe uma tecnologia que permite que vários dispositivos, como modems e impressoras, fiquem conectados aos PCs para que possamos exercer atividades no dia a dia, como imprimir documentos. Quem está por trás dela, chamada de barramento ISA, é Mark Dean, que atuou como engenheiro na IBM. Ele também esteve na equipe que desenvolveu o computador original IBM voltado para casa e escritório. Hoje, tem 67 anos. 

Por que escolhemos essas personalidades?

Como forma  de incentivar os estudantes, profissionais e voluntários da área de Tecnologia que passam pela Escola da Nuvem, assim como os leitores deste blog, selecionamos personalidades negras que obtiveram feitos e inovações que impactam diretamente nas nossas vidas até hoje. Eles realmente transformaram realidades e o mundo como conhecemos. Que sirvam sempre de inspiração.

Afinal, mesmo ainda hoje, pesquisas como a #QUEMCODABR mostram a desigualdade presente na área da Tecnologia. Segundo os dados, a proporção de pessoas brancas na área da Tecnologia é maior em comparação com a sociedade brasileira (enquanto 45,2% da população é branca, a área de Tecnologia é composta majoritariamente por pessoas dessa cor – 58,3%). Já quando pensamos nas pessoas negras, elas representam 53,9% da população, mas compõem apenas 32% da área de Tecnologia. Além disso, ao analisar a diversidade das equipes de tecnologia, percebe-se que em 32,7% delas não há nenhuma pessoa negra. E em 68,5% delas, as pessoas negras representam um máximo de 10%.

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