Projeto para impulsionar inclusão tecnológica de migrantes ganha nova turma, apenas com mulheres

“Oportunidades na Nuvem” é fruto da parceria entre OIM, Amazon Web Services, Escola da Nuvem e Universidade Presbiteriana Mackenzie

A segunda turma do projeto “Oportunidades na Nuvem”, que visa a inclusão tecnológica e o acesso ao mercado de trabalho de mulheres migrantes, teve sua conclusão numa sexta-feira, 14 de junho. O projeto é uma realização da OIM, Agência da ONU para as Migrações, em colaboração com a Amazon Web Services, a ONG Escola da Nuvem e a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Com duração de quatro meses, o curso AWS re/Start visa qualificar mulheres migrantes sobre conceitos gerais de tecnologia, incluindo noções de rede, armazenamento e plataforma de Nuvem, e assim aumentar suas oportunidades de inserção laboral no mercado tecnológico. Nesta edição, iniciada em março, foram matriculadas mais de 30 alunas de dez nacionalidades diferentes.

“Gostaríamos de proporcionar meios de empoderar as migrantes que buscam ingressar em um mercado ainda predominantemente masculino e pouco diverso. Queremos que essas mulheres ocupem cargos relevantes no meio digital”, afirmou a coordenadora de projetos em São Paulo da OIM Victoria Oliveira.

Uma das alunas do curso, a peruana Edith, destacou a importância da oportunidade. “Para mim, é importante, é uma maneira de buscar estabilidade aqui no Brasil. Estou aqui há 15 anos, mas não via oportunidade de realizar esse tipo de formação. Não tínhamos essas oportunidades antes e agora temos que aproveitar. Nunca é tarde para voltar a estudar e seguir adiante”, afirmou.

Segundo Luciano Máximo, gerente sênior da Amazon Web Services, o AWS re/Start é um programa de treinamento profissional e empregabilidade presente em 70 países para gerar oportunidades de qualificação profissional robusta em que os estudantes recebem habilidades técnicas, comportamentais e de soft skills. “A ideia é que todos saiam, de fato, capacitados, para atuar com tecnologia de computação em nuvem. É um programa que transforma vidas e que traz impactos econômicos e sociais”, sintetizou.

Para a professora da Faculdade de Computação e Informação da Universidade Presbiteriana Mackenzie Débora Libório o aprendizado é recíproco entre professores e alunos, trazendo o ensinamento sobre outras culturas para quem participa. “Ver outras realidades tem feito muita diferença para eles. Vários têm dado depoimentos apaixonados sobre o projeto. É um ganho muito grande para a formação acadêmica deles”, afirmou.

De acordo com Maria Augusta de Mello Saraiva, responsável pelas Parcerias Sociais da Escola da Nuvem, “o impacto social do projeto é enorme no acolhimento de migrantes de outros países que veem o Brasil como porto seguro”. Ela conta que este já se tornou um curso de extensão dentro da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Esta já é a segunda turma que estamos formando. As aulas se iniciaram pelo ensino da Língua Portuguesa, fornecido pela Faculdade de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie para suprir as dificuldades de comunicação das alunas; e depois partiram para o aprendizado de Fundamentos em Computação, ensinado pela Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Esse aprendizado é a base para os alunos partirem para o ensino do Programa re/start AWS. Então, a parceria com o Mackenzie vai além de fornecer um espaço de estudos para os alunos e significa também uma participação ativa no projeto, juntamente com os outros parceiros”, comenta. 

No dia 15 de maio, em complemento às capacitações, a Escola da Nuvem também realizou em parceria com a OIM um workshop para a sensibilização de 27 empresas da indústria de tecnologia para a contratação e empregabilidade de pessoas migrantes formadas no projeto.

Nesta turma, estavam como apoiadores as lanchonetes Deôla Café Quitutes & Cia, Casa do Pão de Queijo, College Café, Grazie Restaurante, Mille Bistrô, Rei do Mate, Bar do Zé e Borges, fornecendo lanches para os alunos de segunda a sexta-feira, quando as aulas eram realizadas. Além disso, o casal Anne e Trishul Chimbili, que mora nos EUA, continuou a apoiar o projeto apadrinhando migrantes.

Essa iniciativa é realizada no âmbito do projeto “Oportunidades”, implementado pela OIM com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

× Como posso te ajudar?