Com participação em painel sobre ESG e na Agenda MasterClass, organização social mostra oportunidade para empresas de Tecnologia construírem um futuro mais inclusivo e diverso
A Escola da Nuvem, organização social sem fins lucrativos que tem o propósito de formar e empregar jovens em situação de vulnerabilidade para carreiras em cloud computing, participou do evento Engage Experience, organizado pela Ingram Micro e realizado na última quarta-feira (22), na Arca, em São Paulo. Na ocasião, participou de um pitch de 20 minutos na Agenda Masterclass para apresentar a iniciativa e esteve presente no painel “ESG na Era Digital: Desafios e Oportunidades” com a participação da CEO da Escola, Ana Letícia Lucca; de Gissele Ruiz Lanza, Diretora Geral da Intel para a América Latina; e Flavio Moraes Junior, Vice-Presidente e Country Chief Executive da Ingram Micro.
De maneira geral, o painel discutiu o ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, em português) como necessário para a inovação tecnológica das empresas e também como oportunidade de integrar e incluir pessoas vulnerabilizadas ou marginalizadas, o que estaria completamente ligado às estratégias de governança social. Cada empresa também apresentou as próprias iniciativas dentro da agenda ESG. Para Gissele Ruiz, “a educação é um pilar fundamental para o crescimento econômico e social de qualquer país. Quando falamos de capacitação na área de Tecnologia, isso se torna mais importante ainda, porque sabemos o quanto a tecnologia está revolucionando a maneira que vivemos e o quanto os profissionais na área de Tecnologia estão sendo cada vez mais demandados”, explica.
“Dessa forma, existe uma oportunidade de trazer grupos mais vulneráveis para a área. Isso fornece empregabilidade, mas vai além disso. É muito importante [que essas pessoas estejam atuando em Tecnologia] para a economia do país, para as empresas terem diversidade dentro delas, para resolver problemas complexos com diversidade de pensamento. E quando pensamos nesses grupos mais vulneráveis, ao capacitá-los em carreiras em Tecnologia, fornecemos a oportunidade de entrar [no mercado de trabalho], de empoderá-los. Estamos falando de inovação e é fundamental que haja uma inovação sustentável”, defende ela.
Flavio Moraes Júnior vai ao encontro do que diz Gissele, lembrando da escassez de profissionais na área de Tecnologia, ao mesmo tempo em que existe uma oferta de pessoas que poderiam estar atuando na área. “São pessoas que poderiam estar sendo aproveitadas para esse movimento, mas que não têm acesso, não têm a chance de ter o conhecimento, a formação em tecnologias como a de nuvem, porque é caro ou porque muitas vezes não têm nem conteúdo no idioma em português. Então, nós entendemos que apoiar iniciativas como a Escola da Nuvem é uma forma de incluir pessoas e apoiar o movimento de inovação de forma sustentável, acelerando esse processo tecnológico, fazendo a tecnologia chegar e estar disponível não somente para o usuário da tecnologia, mas também para que potenciais talentos tenham a possibilidade de entrar nesse mercado de trabalho e serem empregados por um ecossistema como esse, que é formado por empresários.”
Durante o painel, Ana explicou de que forma as empresas podem apoiar a Escola da Nuvem e frisou a importância para a ONG de contar com parcerias mantenedoras do projeto. “A gente precisa de empresas que se conectem com o nosso propósito, que contratem os nossos alunos, que abram espaço para essa diversidade e inclusão social. A Escola da Nuvem tem toda uma jornada de desenvolvimento para ajudar nesse processo de aprendizado, tanto para a empresa [saber como] receber pessoas em situação de vulnerabilidade, que não são do mesmo meio que ela está acostumada a contratar, como para essas pessoas entrarem e performarem [da melhor forma possível]. As parcerias também podem ser feitas na esfera de doações de investimentos para que a gente possa atingir mais vidas”, disse.
“Nós precisamos de mentores, pois cada aluno move cinco voluntários. Temos pessoas que fazem simulação de entrevista, mentores técnicos, facilitadores de aulas de soft skills e de desenvolvimento comportamental. Tudo isso para munir esses alunos de ferramentas para que consigam se apropriar da ideia de se tornar uma versão melhor de si mesmos a cada dia. Eu brinco que a gente não entrega pessoas voando, mas com potencial de voo. O mais importante é que essas pessoas têm medo de altura, então elas vão precisar de empresas parceiras que peguem na mão e as ajudem”, comenta a CEO. Na Escola da Nuvem, os alunos contam ainda com trilhas de aprendizado técnico para atuar em computação em nuvem. Segundo Ana, até o fim do ano, a Escola terá formado mais de 3400 alunos.
O Engage Experience contou ainda com diversas palestras sobre cloud, segurança cibernética e internet das coisas. Com mediação da jornalista Christiane Pelajo, palestraram representantes da Ingram Micro, DELL Technologies, Fortinet, Lenovo, HP, Cisco, Microsoft, IBM, AWS e Intel. Também aconteceram apresentações focadas em comportamento, mudanças e adaptação, com o Prof. Dr. Clóvis de Barros Filho, o comediante Murilo Gun e Gustavo Loyola, economista e ex-presidente do Banco Central do Brasil. O encerramento ficou por conta da banda Os Paralamas do Sucesso.